Ainda na campanha eleitoral de 2014, quando participava de uma reunião política em Pau dos Ferros para tentar conquistar o apoio do prefeito Fabrício Torquato, o atual governador Robinson Faria prometeu o seguinte aos que estavam presentes na ocasião: "Quando eu for eleito, na primeira semana do meu governo, vou dar plantão no Hospital Regional para verificar todos os problemas de perto."
Muito bem, desde que Robinson Faria assumiu o comando do Estado, o Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade (HCCA) recebeu a visita do Chefe do Executivo apenas uma vez, mais precisamente no mês de fevereiro. Porém, a visita foi tão rápida que não deu tempo para o governador sequer tomar conhecimento dos problemas crônicos da unidade hospitalar, quanto mais dar um expediente demorado como havia prometido incisivamente.
Contudo, para atender a obstinação do deputado recém-eleito Galeno Torquato, o governador Robinson entregou ao ex-prefeito de São Miguel o controle político e, consequentemente, administrativo sobre o nosocômio, dando-lhe poder absoluto para indicar ocupantes de cargos importantes e nomes para serem exonerados.
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Entre os que foram "apadrinhados" pelo Deputado Galeno para assumir o controle do Hospital Regional estão a enfermeira Márcia Holanda (Diretora geral), e o atual vice-prefeito de São Miguel, Salismar Correia (Direção médica) que, mesmo sendo considerado um excelente profissional cardiologista, teria sido nomeado apenas para o parlamentar micaelense fortalecer o seu grupo político na Serra do Camará.
Agora, meses após o funcionamento do HCCA estar sob os cuidados de pessoas escolhidas criteriosamente por Galeno Torquato, constata-se que nada mudou em relação à situação caótica enfrentada pelo hospital ao longo dos anos, apesar dos discursos fáceis e promessas mirabolantes de Robinson Faria em cima dos palanques.
Conforme informações repassadas e imagens internas do Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade, que foram repassadas ao nosso blog por um funcionário cuja identidade será preservada, se constata facilmente que a estrutura física do local continua péssima e sem condições de higiene adequadas para o funcionamento, não por causa dos profissionais que ali prestam os seus serviços honestamente, mas pela falta de uma gestão eficiente.
Além disso, materiais básicos de atendimento como algodão, ataduras, esparadrapos, seringas, agulhas, luvas e até gazes estariam em falta ou prestes a acabar, fato que já teria provocado em alguns médicos o desejo de adquirir o material com recursos próprios, algo que comprova a situação agonizante do hospital regional.
Com relação à assistência médica, informações dão conta que nesta quinta-feira (07), durante o período matutino e vespertino não havia sido constatada a presença física do médico plantonista, apenas o nome em destaque na escala, fato que gera revolta na população que se vê literalmente entregue à própria sorte em meio a tamanho descaso.
Ademais, nesta sexta-feira (08), nova denúncia, desta vez nas redes sociais, alertavam para a falta de médicos na unidade hospitalar, algo que pode ser conferido na imagem abaixo:
Diante dos fatos narrados e imagens mostradas acima, fica claro que a situação enfrentada pelo Hospital Regional de Pau dos Ferros é caótica, crônica e merece uma atenção especial por parte do Ministério Público do Rio Grande do Norte, pois a população não pode continuar a mercê da inoperância da gestão Robinson Faria, que até o momento não colocou em prática os discursos alegóricos do período eleitoral.
Quanto ao médico e agora deputado Galeno Torquato, que nos palanques criticou abertamente os seus adversários por, supostamente, utilizarem o Hospital Regional para se promoverem politicamente e torná-lo uma espécie de "cabide de empregos", vejo que o parlamentar está incorrendo no mesmo erro e com um agravante: de crítico ferrenho das práticas vergonhosas do passado, passou a ser um possível patrocinador dos desmandos atuais.
Vale salientar que a nossa postura com relação a divulgação desses fatos obedecem, exclusivamente, a parâmetros jornalísticos voltados unicamente para a defesa dos direitos básicos da população que, em tese, estão assegurados na Constituição Federal.
Evidentemente que o Governo Robinson Faria ainda terá muito tempo pela frente para implementar diversas ações a curto, médio e longo prazo que possibilitem a mudança desse quadro de total abandono da saúde pública. Contudo, enquanto essas medidas não forem adotadas, seguiremos cumprindo o nosso papel de cobrarmos das autoridades legalmente constituídas o cumprimento de suas obrigações perante o povo.
No mais, alertamos: Com saúde não se brinca!
