Em entrevista, Prefeito Fabrício Torquato contradiz mensagem anual de 2013 e culpa Leonardo Rêgo por dificuldades em sua gestão.


No último sábado (06), o prefeito Fabrício Torquato (DEM) foi à Rádio Obelisco FM de Pau dos Ferros conceder mais uma entrevista ao radialista Ismael Mendes, oportunidade que aproveitou para prestar contas à população e anunciar as próximas ações de sua gestão.

Contudo, após apresentar o seu relatório administrativo, Fabrício Torquato deixou a postura comedida de lado e alfinetou o ex-prefeito Leonardo Rêgo (DEM), ao afirmar que assumiu a prefeitura com dívidas cujo o valor supera o montante de R$ 4 milhões de reais, culpando o seu antecessor pelas dificuldades atuais enfrentadas pela sua gestão.

Na verdade, apesar de contundente, o discurso proferido atualmente pelo Chefe do Executivo não se assemelha em nada com as informações que ele mesmo destacou na leitura de sua Mensagem Anual, no ano de 2013, que rezava o seguinte:

"[...] Podemos dizer que Pau dos Ferros se encontra em situação privilegiada. Mesmo com as dificuldades que passamos, assim como a maioria dos municípios brasileiros, e ainda com o agravante da seca que nos assola, nosso município está com situação financeira controlada, e encontra-se adimplente para celebrar convênios e buscar os recursos e financiamentos que se fizerem necessários para o nosso desenvolvimento[.]". 

Confira na imagem abaixo: 

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Como se vê, Fabrício Torquato contradisse as suas próprias informações, de caráter oficial, possivelmente para tentar imputar a responsabilidade pela sua ingerência administrativa ao seu antecessor, Leonardo Rêgo.

Sem dúvidas, uma estratégia ousada, porém, também vista por alguns como uma "faca de dois gumes" tendo em vista que a mudança repentina no discurso poderá soar à população como uma grande  incoerência, sustentada, principalmente, pelos acordos políticos de ocasião.

Na minha opinião, caso Fabrício insista na tese de culpar Leonardo pela inoperância de sua administração, poderá terminar o mandato sem conseguir impor uma marca pessoal como gestor, por governar sempre "olhando pelo retrovisor".

Até quando o discurso da "herança maldita" irá prevalecer? O tempo dirá!