Orientado pelos novos aliados, Prefeito de Pau dos Ferros recorre a práticas assistencialistas "de última hora" para tentar iludir a população.


No cenário político-administrativo de Pau dos Ferros nenhuma novidade relevante está sendo apresentada à população pela atual gestão neste ano de 2016, a exemplo dos anos anteriores, pelo menos, no que se refere a realização de obras estruturantes ou outros grandes feitos administrativos. Com exceção dos bajuladores comissionados, que enxergam tudo conforme a quantidade de zeros no contracheque, o clima entre os pau-ferrenses é de plena frustração com o Governo Municipal.

Por aqui, o marasmo continua entranhado na máquina pública municipal, apesar do esforço hercúleo por parte da assessoria de comunicação do município de tentar melhorar a imagem do Chefe do Executivo que, se a esta altura já não pode mais ser propagada como a de um administrador dinâmico e perspicaz (sabidamente esses adjetivos não lhe cairiam bem), é vendida com a ajuda de alguns puxa-sacos midiáticos locais como um arquétipo de "bom sujeito" e "amigo de todo mundo", como se no pleito de outubro o cargo em disputa não fosse o de prefeito da cidade e sim o de "mister simpatia".

Amadorismos de marketing à parte, podemos dizer que engessado pela sua própria incompetência administrativa e visivelmente desnorteado quanto às suas verdadeiras prioridades enquanto gestor da principal cidade do Alto Oeste potiguar, o prefeito Fabrício Torquato (PSD) emite sinais claros, no finalzinho de seu mandato, que sucumbiu do ponto de vista efetivo frente as desafios impostos ao cargo que ocupa e, num ato quase que desesperado de tentar a reeleição, passou a adotar práticas assistencialistas camufladas por programas institucionais criados de última hora e que não oferecem nada além de ações ou serviços meramente básicos e sazonais, por sinal, muitos deles já ofertados diariamente nas repartições públicas municipais.

Mas, o ressuscitamento da velha "política do pão e circo" por essas bandas pelas mãos do atual gestor não seria um ideia exclusivamente sua. Segundo dizem, conta com a influência direta de seus novos aliados, mais participativamente por parte do ex-prefeito Nilton Figueiredo (PMDB), que governou o município por três mandatos e, por muitas vezes, deixou assuntos de interesse público em segundo plano para favorecer os seus mais achegados, inclusive, permitindo o acúmulo de longas filas na frente de sua residência ao invés de dar expediente na sede da prefeitura, dando um péssimo exemplo de confusão entre as atribuições públicas e privadas.


Programa institucional da prefeitura propaga cortes de cabelos ofertados à população como grande feito administrativo.

Desta forma, a velha fórmula assistencialista praticada no passado, que foi abolida no município pelo voto popular, a partir das eleições de 2004, estaria de volta com força total e travestido com uma nova roupagem, porém, com os mesmos expedientes mesquinhos de outrora: ludibriar a população visando proveito político eleitoral.

Entretanto, até pelo grau de maturidade e consciência cívica que a população pau-ferrense vem demonstrando a cada eleição, não acredito que o mais recente engodo elaborado de última hora pelo governismo municipal, com maquinação inspirada dentro de consultórios pertencentes à agiotagem política local, surta um efeito tão significativo quanto imaginam, haja vista a proximidade do pleito de outubro e o livre acesso à informação por parte da sociedade.

Na verdade, interpreto o fato do gestor municipal ter resolvido recorrer à vergonhosa prática do assistencialismo camuflado como um despertar angustiante de quem ainda não mostrou à população para que foi eleito e sabe que o tempo restante de seu mandato é insuficiente para esboçar uma reação contundente, já que, a julgar pelas pesquisas realizadas para consumo interno, o prefeito Fabrício Torquato apresenta desempenho consideravelmente sofrível. Tão ruim que a cada levantamento analisado aumenta-se o desalento nos bastidores do seio governista.

Destarte, têm-se que, embora devidamente orientado pelos seus novos conselheiros políticos, o Chefe do Executivo retardou em demasia até mesmo na adoção de práticas assistencialistas com fins eleitorais, inclusive, ao ponto de visualizar o seu estratagema ser desmascarado antes mesmo de concretizá-lo.

Sendo verdade a assertiva bíblica de que "más associações estragam hábitos úteis", o Prefeito de Pau dos Ferros cometeu dois erros cruciais no fim de sua gestão: cercar-se de péssimos conselheiros e enveredar pelo caminho proposto pela 'velha política'.

Lamentável...